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«Deus queira que a negociação do Porro esteja complicadíssima»

O treinador do Sporting, Rúben Amorim, garantiu esta sexta-feira, em conferência de imprensa realizada no Estádio José Alvalade, em Lisboa, de antevisão do duelo da final da Taça da Liga ante o FC Porto, sábado (19.45 horas), em Leiria, que o Sporting saberá utilizar soluções para a mais do que provável saída do lateral-direito espanhol Pedro Porro, por quem o Tottenham se apresta para pagar o valor da cláusula de rescisão, no valor de €45 M.

«O Porro, amanhã, sair não sai: agora, vai para estágio e já não sei do pé de mim até ao jogo. Os clubes estão em primeiro lugar, e que eu saiba um jogador apto a jogar, desde que inscrito por um clube, tem de ir a jogo. Percebo que [negociações da transferência] envolvem muito a cabeça dos jogadores. Mas a indicação que tenho é a de que o Porro está apto. E, mais importante para mim, como treinador, é que não estando ele, estaria outro. Jogo não se resolve só com um jogador. Importante é que sejamos muito agressivos e muito intensos no nosso jogo. Porro está apto, vai para estágio, o que tiver de acontecer, acontecerá, estamos preparados para todos os cenários», garantiu, no Auditório Artur Agostinho, no recinto leonino, o técnico aos jornalistas, a quatro dias do fecho do mercado.

«Se é o último jogo de Porro no clube? Não sei, faltam poucos dias: até dia 1 [de fevereiro] todos vão saber se o Porro fica ou sai. Importante para mim é que o Paulinho vai a jogo. Ainda tem dores, mas está apto e é mais uma opção para a equipa», disse o técnico, que celebra 38 anos neste dia.

E, a nova insistência dos profissionais da informação, sobre se possível substituto já está acautelado pelo ‘scouting’ leonino, Rúben Amorim foi sincero e deixou antever a aposta nos jovens Gonçalo Esteves e Diogo Travassos, jogadores da equipa B.

«Levamos tudo em conta… mas ele [Porro] ainda não saiu. Temos ‘scouting’ [departamento de prospeção], mas nem tudo é fácil: vocês estão com pressa de mandar o Porro embora [riso]! Conto com Esteves e Travassos: têm ainda um longo caminho pela frente, mas se tiverem que ser lançados, são! Nunca ninguém penso que o [Gonçalo] Inácio, lançado tão cedo na equipa principal, crescesse tanto, de repente. Estamos preparados para tudo, mas as coisas não se fazem em curto espaço de tempo: não avançaremos para este ou aquele jogador sem ter a certeza», sublinhou o responsável técnico leonino.

E depois de, em agosto de 2022, ter ficado sem Matheus Nunes (transferido para o Wolverhampton) a escassos dias do clássico da primeira volta da Liga, no Dragão (vitória do FC Porto, 3-0) e das severas consequências que teve nos seus planos e estratégia leonina gizada então, Rúben Amorim, que tem a promessa da SAD que saídas no corrente mês só pelo valor da cláusula de rescisão dos respetivos contratos (Pedro Porro incluído, €45 M), recordou o desagrado e os ‘problemas’ causados pela inesperada saída de Matheus Nunes mas compreende que a SAD tenha uma estratégia financeira rumo à estabilidade que ante nada vacile.

«O que me foi dito foi que saídas só pelo valor da cláusula, e acho que é isso que está a ser cumprido [no negócio da alegada transferência de Porro para o Tottenham]. Às vezes, é obrigatório vender, e outras fases há em que não somos obrigados a vender. Não há bons ou mau negociadores: quando não se tem que vender é diferente a negociação, Deus queira que esteja complicadíssima essa negociação [risos]» foi a esperança deixada, com humor, por um treinador desejoso, claro está, de continuar a contar com Pedro Porro no seu plantel.

Sobre as vendas de Matheus Nunes, João Palhinha e Nuno Mendes, já sob a sua égide no banco leonino demonstrarem essa realidade a que os clubes nacionais não podem escapar de a vertente financeira se sobrepor à desportiva – coisa que o iminente negócio de Porro sublima, uma vez mais -, Rúben Amorim confessou a sua impotência ante os números apresentados pelos clubes compradores à SAD, e ter de jogar com a vontade desta e a matéria-prima que lhe colocam à disposição.

«Esse é o caminho dos clubes, por mais que custe aos treinadores, se são capazes de fazer isso ou não [refazer as suas equipas sem jogadores nucleares]. Lembro-me de que, quando estava no Benfica, o clube começou a vender miúdos da equipa B por 15 milhões, 15 milhões, 15 milhões… e não vendia um da equipa principal», evocou a propósito.

«Aqui, estamos num processo de criar estabilidade. Ainda estamos a construir, para não ter que vender, e a vender cada vez mais caro. No Matheus [Nunes], todos sabem que foi uma situação diferente [contexto temporal, véspera da ida ao Dragão]; no Palhinha e no Nuno Mendes, quando se tem de vender e os outros pagam a cláusula, como poderá ser com o Porro, tem de se vender. A estabilização financeira passa por aí, mas quando assinei a renovação já sabia disso», concluiu Rúben Amorim.

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